Abril de 2021 é o mais caro de sempre na história do Mercado Ibérico da Eletricidade.

Abril de 2021 ficou registado como o abril mais caro de sempre desde que existe Mercado Ibérico da Eletricidade (Mibel), o que levou a Associação de Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado (Acemel) a apelar à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) para atuar e colocar os valores mais em linha com o custo real da eletricidade.

Os preços têm atingido níveis astronómicos nos últimos meses, destacando-se o mês de abril: no mês passado, o preço médio grossista ascendeu a €65 por megawatt hora (MWh), um número demasiado elevado para a época e muito mais alto do que o definido anteriormente pela ERSE.

Também o mês de maio já começou a apresentar valores muito elevados. Na passada terça-feira, 4 de maio, o preço diário ultrapassou os €81, um número bastante superior ao assumido nas tarifas de 2021 pela ERSE – 49,5 por MWh. E os preços exorbitantes parecem não ficar por aqui: Os contratos de futuro para junho e para o terceiro trimestre já estavam esta semana nos 71 euros por MWh (muito acima do preço médio que a ERSE estimou para 2021 previamente).

O presidente da Acemel, Ricardo Nunes, diz ser “expectável” um aumento de preços “tanto para as empresas que estejam em processo de renovação do contrato de eletricidade como para as famílias sem fidelização, que podem receber uma comunicação do seu fornecedor de energia a anunciar uma nova tarifa”, em declarações ao jornal Expresso.

Também o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, foi questionado sobre a situação e voltou a reforçar a importância na aposta das energias renováveis. Depois de esta semana as cotações das licenças de dióxido de carbono terem alcançado um recorde de 50 euros por tonelada, o governante sublinha a importância da aposta na transição energética. “Esta subida é inexorável. Ainda que possa ter ciclos, está para ficar, o que só reforça a aposta que Portugal está a fazer nas renováveis”, apontou.